nos encontramos novamente

ontem uma amiga do r morreu. Eu não era nada próxima dela, acho que a gente já se viu umas duas vezes, e nos seguíamos no instagram. Enfim, o ponto não é quem morreu, é que alguém morreu. Eu percebi que a gente costuma ter uma distância muito grande com a morte. Por mais que ela apareça todos os dias, na televisão e em nossos celulares, a gente quase sempre a vê de maneira fictícia. Ainda é impactante de alguma forma, mas a gente ainda pensa "é só uma série, esse sangue é falso, ninguém morreu". Dizem que é bom ter animais de estimação enquanto ainda somos crianças, porque quando eles morrem, nós aprendemos a lidar com a morte, e entendemos melhor o que ela é. A última morte que eu tive que lidar foi a da minha gata, mas é diferente quando acontece com pessoas. Não pela dor ser maior, mas porquê pessoas tem sonhos, pessoas exprimem suas ideias, pessoas são extremamente únicas. O último funeral que eu fui foi da vó da b, e antes disso, foi do meu avô, quando eu ainda era criança. Tem muito tempo que eu não me encontro com a morte, e eu nunca me encontrei com ela tirando uma pessoa muito próxima de mim. Eu sei que pessoas morrem o tempo inteiro, mas ver alguém da minha idade desaparecendo da face da terra, e levando consigo todos os seus sonhos e suas possíveis linhas do tempo, é assustador. Ela também fez faculdade, ela também viveu uma imensa parte da sua vida fazendo coisas que não queria fazer, só pensando em ter um futuro melhor, um futuro que nunca irá existir.

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